PORTA ABERTA

Estamos em Clevelândia, onde já morei por dez anos, e volto via internet para matar a saudade, da cidade, que nunca saiu de mim. Meu nome Lauro Alcantara Martins
E estamos construindo uma casa, com diversas salas, com poltronas confortáveis e aconchegante esperando por sua visita, a PORTA ESTÁ ABERTA, seja bem vindo ou bem vinda, a casa é sua, traga os teus assuntos, tuas ideias, tuas escritas, para serem discutidas e publicadas.
A porta está aberta, entre, seja bem-vindo, bem-vinda em nossa sala...Aqui você pode contar uma estória, escrever a sua estória apresentar, um escritor, uma escritora, falar de poesia, de um conto, porque este é um programa para ser feito, por mim, por você e quem mais chegar.
Porta aberta é, portanto, uma sala, uma casa em que você será sempre bem-vinda ou bem-vindo para discutir poesia, literatura, cultura popular, para você apresentar um texto sem ser político-partidário, e por aí segue. Você pode também apresentar um livro de que gostou, falar de uma estória escrita, de um poeta ou de sua poesia; pode encaminhar um texto solicitando publicação. Esta será a casa dos seus (dos nossos) pensamentos, de ideias para alimentar a cultura.
CONCEIÇÃO EVARISTO

Mineira-afro, cujas obras você pode encontrar na internet. Conceição Evaristo, nasceu em Belo Horizonte, MG, após terminar o antigo Curso Normal, em 1973 migra para o Rio de Janeiro ingressa no magistério público, se forma em Português e Literatura pela UERJ;
Se tornou mestre em Literatura Brasileira pela PUC-RIO e cursou seu Doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense.
Sua estreia na literatura, acontece em 1990, na série Cadernos Negros. Lançou Ponciá Vicêncio, um romance, na Paraíba, evento da UFPB onde a conheci pessoalmente.
Por: Lauro Martins
CONHEÇA ALGUMAS OBRAS DE CONCEIÇÃO EVARISTO
EU-MULHER
Uma gota de leite
Me escorre entre os seios.
Uma mancha de sangue
Me enfeita entre as pernas.
Meia palavra mordida
Me foge da boca.
Vagos desejos insinuam esperanças.
Eu-mulher em rios vermelhos
Inauguro a vida.
Em baixa voz
Violento os tímpanos do mundo.
Antevejo.
Antecipo.
Antes-vivo.
Antes – agora – o que há de vir.
Eu fêmea-matriz.
Eu força-motriz.
Eu-mlher
Abrigo de semente
Moto-contínuo
Do mundo.
VOZES-MULHERES
A voz da minha bisavó
Ecoou criança
nos porões do navio.
Ecoou lamentos
De uma infância perdida.
A voz da minha avó
Ecoou obediência
Aos brancos-donos de tudo.
A voz de minha mãe
Ecoou baixinho revolta
No fundo das cozinhas alheias
Debaixo das trouxas
Roupagens sujas dos brancos
Pelo caminho empoeirado
Rumo à favela.
Minha voz ainda
Ecoa versos perplexos
Com rimas de sangue
e
fome.
A voz da minha filha
Recorre todas nossas vozes
Recolhe em si
As vozes mudas caladas
Engasgadas nas gargantas.
A voz de minha filha
Recolhe em si
A fala e o ato.
O ontem – o hoje – o agora.
Na voz de minha filha
Se fará ouvir a ressonância
o eco da vida-liberdade.
ABAPORU
Abaporu é um quadro em óleo sobre tela, criado em 1928. A pintura foi criada por Tarsila para dar de presente de aniversário ao escritor Oswald de Andrade (na época, seu marido) que se empolga com a Tela e cria o movimento “Antropofágico”
Tarsila valorizou o trabalho braçal (pés e mão grandes) e desvalorizou o trabalho mental (cabeça pequena) na obra, pois era o trabalho braçal que tinha maior importância na época.
Abaporu vem dos termos em tupi aba (homem), pora (gente) e ú (comer), significando “homem que come gente”. O nome é uma referência à antropofagia modernista, que se propunha a deglutir a cultura estrangeira e adaptá-la ao Brasil.
Hoje, é a tela brasileira mais valorizada no mundo, tendo alcançado o valor de US$ 1,5 milhão, pago pelo colecionador argentino Eduardo Costantini em 1995. Encontra-se exposta no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (MALBA).
OUTRAS OBRAS DE TARSILA DO AMARAL
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Pátio, Com Coração de Jesus, 1921
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A Espanhola, 1922
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Chapéu Azul, 1922
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Margaridas de Mário de Andrade, 1922
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Árvore, 1922
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O Passaporte, 1922
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Retrato de Oswald de Andrade, 1922
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Retrato de Mário de Andrade, 1922
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Estudo, 1923
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Manteau Rouge, 1923
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Rio de Janeiro, 1923
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A Negra, 1923
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Caipirinha, 1923
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Figura Azul, 1923
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Auto Retrato, 1924
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Morro da Favela, 1924
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A Família, 1925
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Palmeiras, 1925
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Religião Brasileira, 1927
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A Boneca, 1928
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Cartão Postal, 1928
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Floresta, 1929
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Retrato do Padre Bento, 1931
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O Casamento, 1940
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Procissão, 1941
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Terra, 1943
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Primavera, 1946
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Praia, 1947
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Criança, 1949
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Costureiras, 1950
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Porto I, 1953
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Procissão, 1954
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A Metrópole, 1958
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Porto II, 1966
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Religião Brasileira IV, 1970