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Os acordes desafinados impostos pela pandemia.

Por. Antônio Saraiva

- Compositor e músico.


Antônio Saraiva

Apesar dos tempos difíceis que estamos experimentando espero que todos estejam bem.

A pretensão neste sucinto texto é fazer uma tabelinha entre a música e a adaptação artística na pandemia, A música acompanha o ser humano desde remotas eras, pois tem o condão de nos acalmar, nos alegrar, nos entristecer e remete há outros tempos também, enfim é a nossa eterna companheira e como disse certo pensador ¨a vida seria um erro sem música¨.


Hoje com os acordes desafinados impostos pela pandemia, medo e incertezas afloram- por certo a música nos fortalece através do poder de suas melodias, sendo que suas letras e arranjos exercem sobre nós um considerado meio terapêutico cientificamente provado, afastando e retardando males que o tempo nos brinda.


O ser humano, creio eu, precisa da fantasia, do sonho, essa coisa sensitiva, singular e mágica que é vivenciada naquele momento que a nossa música predileta faz recordar com flashs de momentos inesquecíveis junto aos nossos entes queridos, ou revelando àquele momento de conquistas pessoais e profissionais e por que não de tristezas experimentadas, que nos fazem aprender como é viver.


Muitos artistas atualmente estão realizando lives como meio de suprir o sentimento e a necessidade que nós músicos precisamos conservar, no que cerne a troca de carinho e afeto (exercida agora por troca de mensagens eletrônicas ao invés de pedidos contido na folha de papel) denotando valorização a nossa arte. Até por sinal, esse movimento de lives iniciou de forma gratuita e solidária, algumas voltadas para fins sociais, o que é louvável. Creio que esse movimento abarcará um nicho e logo se transformará em um palco virtual financeiro, acerca do alcance imensurável de pessoas.


Por outro lado, sabemos que agentes musicais (refiro-me aos funcionários fora dos holofotes da mídia) sofreram impacto econômico severo com o distanciamento social dos grandes palcos, refletido, inclusive, espinhosamente nos familiares (segundo grupo) que vivem da música e hoje estão sem poder desenvolver seu trabalho, sua arte e ganhar seu pão, chegando, até, mudar temporariamente de função para sobreviver.


Notadamente essa pandemia destoante e desafinada atingiu a classe musical frontalmente, eis que com a publicação de normas e decretos proibiu-se a abertura de bares, restaurantes, festas e eventos, locais considerando essenciais para os músicos e não essencial para o governo, provocando a ausência da música e a habitação do silêncio.


Portanto fica a velha e a clamada esperança de que voltemos a vida normal e que todos os setores se recuperem, inclusive a classe artística, que embora os críticos desinformados achem que não precisam desses profissionais, vivem usufruindo do trabalho destes, pois queiram ou não a música e a arte em geral estão ligadas ativamente na vida de todos. Por fim como uma mensagem de superação cito a música ¨Teu caso sou eu¨ de Cauby Peixoto; (...) A gente já passou por muita coisa e superou; As barras mais pesadas, juntos, a gente segurou (...).

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