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Quando estaremos livres?

Por: Sandro Augusto Tabalipa

-Farmacêutico formado pela IFPR de Palmas/PR

-Pós graduando em Farmácia Clinica direcionada à prescrição farmacêutica – Faculdade Unyleya de Curitiba/PR.

-Responsável técnico da Farmácia Farmasul Super Popular

-Educador Físico pela Facepal de Palmas/PR.

-Pós graduado em Atividade Física individualizada pela Unopar de Londrina/PR.


Sandro Augusto Tabalipa

Atuando hoje no ramo farmacêutico, a pergunta que mais tenho ouvido, nos últimos dias é: ‘Quando você acha que estaremos livres desse vírus?Quando será possível retornarmos ao nosso cotidiano, com o retorno das crianças à escola, as viagens, os passeios de finais de semana ou simplesmente sair de casa sem a máscara? Essas perguntas são bem pertinentes, tendo em vista que nos aproximamos de 120 dias de isolamento ou semi-isolamento social e de alguma forma nossa saúde física e psicológica foi afetada. A minha resposta a esse questionamento é: ‘Depende! Mas como assim?’




Cientificamente, depois de instalado, existem duas formas do vírus, ser exterminado ou ter sua disseminação diminuída. A primeira é a natural, conseguida pela chamada “imunidade de rebanho” que é quando um percentual de 60 a 80% da população de um determinado local, cria anticorpos para combater a doença, esses anticorpos são fabricados pelo próprio corpo pela exposição ao vírus e naturalmente criam a sua defesa, é o que, atualmente, estamos vendo no norte do país um elevado número de infectados e que hoje apresenta um declínio dos casos. A outra forma é imunizar a população por meio de vacina, um método usado a décadas e que foi capaz de erradicar várias doenças no mundo todo.


O cenário que se apresenta hoje, em andamento, conta com 140 processos de produção da vacina em todo o mundo. Uma das mais adiantadas e com respaldo e investimentos do Governo Federal, é a vacina de Oxford, que já está na chamada “Fase 3”, ou seja, envolvem um grande número de voluntários, e são bastante promissores, inclusive no Brasil e tem como objetivo garantir eficácia e causar o mínimo de efeitos colaterais, em parceria com a farmacêutica Astra Zeneca, e pelo laboratório chinês Sinovac Biotech.


Caso esses testes sejam bem-sucedidos, ambas as vacinas poderão ser produzidas no Brasil, pois a União firmou acordo de parceria com a Universidade de Oxford/AstraZeneca, com produção pela Fiocruz por meio de transferência de tecnologia; e o governo de São Paulo, com a Sinovac Biotech, com vistas a produzir a vacina no Instituto Butantan.

Estamos esperançosos que, em um período de aproximadamente 90 dias, já tenhamos resultados e o protocolo fechado, dessa forma também a produção em escala industrial será iniciada e a população começará a ser vacinada.


Respondendo a pergunta inicial, sobre quanto tempo ainda vamos ter que esperar para voltar a ter uma vida normal, acredito que, no primeiro semestre de 2021 já teremos uma grande parcela da população imunizada diminuindo muito a disseminação do vírus na sociedade.


Talvez consigamos ter uma diminuição gradual antes disso, se levarmos em conta a imunização natural, mas observando o material bibliográfico de produção científica, disponível até o momento, arrisca-se inferir que a imunização natural, lamentavelmente não chegará sem a perda de vidas humanas.


Até termos uma vacina testada e pronta para ser aplicada, teremos que permanecer numa situação de vigilância, tendo os cuidados preconizados pelos órgãos que cuidam da saúde do país, ainda mais constantes, quais sejam: assepsia das mãos, uso de máscaras e distanciamento social, nos próximos meses, ainda deverão fazer parte do nosso cotidiano, muito embora parte expressiva da população vem demonstrando sinais de cansaço em relação ao isolamento, sendo o município obrigado ampliar restrições – como ocorreu recentemente em relação aos idosos e crianças.


Outra situação que vivenciamos esse ano é a diminuição da incidência de doenças corriqueiras em nossa comunidade: Resfriados, conjuntivite, rotavírus, quase não foram reportados ou em uma escala muito menor que em anos passados, isso muito se deve a nossa preocupação com a higienização, novos hábitos foram criados, o uso do álcool em nossas mãos, o uso de máscaras e o distanciamento que nos protege não só do COVID mas também das enfermidades citadas.


Dessa forma, não temos outro caminho, a não ser esperar e acatar todas as orientações dos órgãos de saúde até que a vacina esteja pronta ou que um protocolo de tratamento se mostre eficaz e que consiga diminuir significativamente os sintomas da doença em nosso organismo e consequentemente as internações.


O que importa é não perdermos a esperança, não entrar em pânico e confiar nas orientações dos profissionais da saúde, assim poderemos contar a nossos netos sobre o ano de 2020 que, com certeza, foi o mais tumultuado das últimas décadas.


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