Hoje pela manhã acordei e ao olhar pela janela do meu quarto, deparei-me com uma infinita gama de possibilidades. Eu poderia ficar ali, deitado, no silêncio do meu íntimo, apenas ouvindo os carros que logo começariam a passar pela rua em frente à minha casa, sentir o cheiro de café sendo preparado pela minha doce mãe, lá na cozinha, ou então, poderia levantar-me, tomar um delicioso e quente banho, tomar aquele delicioso café e sair. Sair na direção do sol. Sair à procura da minha vida, dos meus sonhos, do meu ideal.
Preferi a segunda opção. Ao levantar, abri a janela e olhei para o céu. Estava azul, tão azul que me deu vontade de gritar, gritar de alegria. Mas ao invés de gritar, timidamente falei:
_ Bom dia, sol de junho! Mês das festas juninas, mês do aniversário da minha amada Clevelândia.
E um “bom dia”, suave e singelo foi respondido, tão suave que mal pude ouvir. Mas ouvi pelo coração.
Fui ao banheiro, e banhando-me pensei nas pessoas que passaram pela minha vida. Foram muitas. Amores roubados, paixões proibidas, amizades construídas e destruídas. Vidas que, como trens, passaram por mim, e logo sumiram, sem direção, sem ameaça de volta.
Enquanto a água morna caía sobre meu corpo, lembrei momentos, tive lindas e livres sensações, emoções, vibrações.
Desliguei o chuveiro. Sequei-me e vesti-me. Tomei rapidamente o delicioso café que minha mãe preparara e saí. Fui à busca da vida, da felicidade.
Por quem eu passava, olhava fixamente e cumprimentava. Não fazia frio, muito menos calor. O clima estava especial. Uma leve e doce brisa balançava as folhas nas árvores, como uma doce canção, que auxiliada pelo cantar dos pássaros, enchia meus ouvidos de alegria.
Que festa matinal Deus preparara para todos nós.
Um sorriso livre e feliz tocou meus lábios. Logo, meu cabelo começou a mexer suavemente e eu percebi que não estava sozinho. Havia a presença dEle junto de mim. E segui caminho.
Passei pela padaria. Cumprimentei o padeiro.
Passei pela farmácia. Cumprimentei o farmacêutico.
Passei pela igreja. Cumprimentei o padre.
Vários “bom dia” eu pronunciei até chegar ao meu trabalho. E ali, naquele colégio, me senti ainda mais vivo e pronto para realizar o meu sonho: ensinar. Levar àquelas crianças e adolescentes a um só caminho, o da liberdade. A liberdade do aprender, do saber argumentar, opinar. A liberdade de saber escrever com sapiência, categoria, verdade.
Sim, fiz bem escolher sair de casa, pois o meu ideal é esse. Espalhar o meu conhecimento, talvez pouco, talvez quase nulo, mas é um conhecimento, para quem queira realmente aprender. Pois não há nada mais lindo do que acordar pela manhã, ver um lindo céu a nos sorrir, um sol a nos aquecer.
E viva o sol que nos aquece e ilumina. Viva a brisa que trouxe o sexto mês do ano até nós, com muitas festividades e comemorações. Até a próxima!!
Rodrigo Toigo