Meus queridos leitores, a minha crônica hoje tem um quê de frustração, raiva e temor. Tais sentimentos se difundem pelas notícias que tivemos nessa última semana sobre mais um aumento do combustível.
Parece que a partir de agora o carro é luxo, para ficar estagnado na garagem, como se fosse apenas um objeto de decoração. Salvo raras ocasiões emergenciais, que esse deverá ser posto em circulação, em outros momentos devemos trazer de volta alguns hábitos, como andar a pé, de bicicleta ou até mesmo, pasmem, a cavalo.
Claro que tudo isso seria possível se não tivéssemos uma vida corrida, conturbada, obediente ao relógio da empresa em que trabalhamos, dos filhos, da esposa, do marido, dos pais... Tal correria frustra qualquer plano de abandonar o automóvel por completo, mas e aí fica a pergunta: com o novo aumento do combustível como farei para abastecê-lo?
É um absurdo, é inadmissível permanecermos calados diante de tanta atrocidade. Nosso bolso está sendo roubado às claras, e nós, calados, ficamos? Mas e o que fazer para essa realidade mudar? Eis a questão! Não adianta buscarmos por culpados por esse aumento. De pouco ou nada resolverá.
Mas como bons brasileiros que somos, podemos apenas reclamar, surtar, nos abismar com o combustível às alturas. O tal do “complete o tanque” é para poucos, aquela “voltinha” com amigos nos finais de semana virou artigo de luxo. E como sempre, quem paga a conta, por qualquer problema que não nos compete, somos nós, é claro.
Precisamos dar um passo para essa situação mudar... Esse simples cronista já está dando o seu próprio passo, em frente ao computador estou digitando esta crônica, este desabafo do nosso cotidiano. E olho para fora, pela janela, e vendo a chuva cair percebo, que o carro, hoje, se torna insubstituível... e o que me resta? Resta que eu me renda, infelizmente, a este assalto à bomba armada!
Rodrigo Toigo