Nessa primeira semana de setembro vivenciamos a Semana da Pátria. Tradicionalmente em nossa Meiga Terra, as instituições de ensino do munícipio se revezam na Praça Getúlio Vargas para hastear e arriar a Bandeira ao som reverberante do Hino Nacional. Somos inundados por sentimentos ufanistas de orgulho de nossa Terra Mater. Tudo culminará no dia 7 de setembro com o desfile das Escolas acompanhados pelas Fanfarras.
Fanfarra é um nome comumente utilizado nos dias de hoje para designar as bandas e agremiações musicais compostas por instrumentos de percussão e instrumentos de sopro simples. Mas você conhece sua origem? A palavra está ligada ao soar de tropas com o toque de trompas e clarins durante as caçadas da nobreza francesa durante a Idade Média. Posteriormente, a designação foi estendida às bandas marciais que acompanhavam os cortejos cívicos ou regimentos de cavalaria.
Historicamente encontramos registros de bandas civis brasileiras ainda no período colonial, chamadas de “Charamelas” devido a um instrumento musical que parecia com uma flauta ou clarinete, (vindo da região oriental da França). Eram sediadas nas fazendas do interior do Brasil sendo compostas por escravos e indígenas que tocavam em troca de seu sustento.
O jornalista e crítico musical José Ramos Tinhorão em seu livro “História Social da Música Popular Brasileira”, diz que, no século XVIII, surgiram as chamadas bandas de barbeiros, substituindo os “Chameleiros”. No entanto, os barbeiros eram normalmente negros africanos libertos da escravidão que tocavam em seus períodos de folga, o que manteve as bandas entre os mesmos componentes. As bandas de barbeiros desaparecem junto com o fim da escravidão, que desestabilizou a situação social e econômica da colônia, dando lugar às bandas militares.
Nas cidades interioranas de nosso país é comum a formação das fanfarras nas instituições de Ensino que se apresentam nos desfiles alusivos à comemoração do Dia da Independência, em 7 de setembro. E nosso município tem tradição neste quesito! Lembro com carinho dos desfiles de outrora, ainda estudante, no Colégio João XXIII, mesmo gostando apenas de assistir, e não de desfilar. Tais desfiles eram acontecimentos muito significativos e meticulosamente elaborados. Carros alegóricos eram montados e ornados com recortes históricos ou traziam os elementos mais representativos da nossa cultura. Os alunos, por sua vez, todos cuidadosamente perfilados em seus pelotões organizados por suas respectivas professoras,
ostentavam em suas vestimentas as cores de seu educandário. As normalistas desfilavam fazendo coreografias para deleite do público. As balizas performavam acrobacias exaustivamente ensaiadas meses antes do evento e o desfile se dava na cadência dos instrumentos da Fanfarra. Dessas lembranças, para mim, o momento épico era a finalização do desfile ao toque da corneta empunhada por Paulo Ferri.
No presente ano de 2023, a Fanfarra do Colégio Estadual Abílio Carneiro completa 30 anos. Esse colégio está em atividade há aproximadamente seis décadas e sua fanfarra foi criada em 1993. Desde então muitas histórias foram construídas por toda a comunidade escolar para que sua Fanfarra tivesse e continue tendo êxito durante suas apresentações.
Sendo um trabalho exclusivamente voluntário, somente o amor pela Fanfarra para explicar sacrifícios como o de Everton Gustmann que, quando residente no litoral catarinense, viajava de ônibus no dia 6 de setembro, desfilava no dia 7 e retornava às suas atividades laborais no chamado bate e volta. Outra demonstração de apreço pode ser exemplificada no instrutor Décio Luiz Grando que primeiramente participou como aluno, hoje funcionário e pai de aluna, e vem honrando orgulhosamente a Fanfarra ao transmitir essa tradição aos seus filhos. Entre outros vários exemplos bonitos de como a paixão pela Fanfarra une gerações há o da família de Dirlei de Jesus Ferreira, sua esposa Rosicler dos Santos Moreira e seus filhos Emanuelli Moreira e Alessandro Moreira dos Santos, em que todos são componentes.
A emoção toma conta quando vem à lembrança Cristiano Tabalipa (in memoriam), menino vivaz e comunicativo com sua presença alegre e dinâmica no Desfile e nas Alvoradas que aconteciam nas madrugadas do dia 7 de setembro, quando a fanfarra visitava residências fazendo serenatas.
É comovente a presença do Sr. Luiz Alcebídes Antunes conhecido como Seu Pelé. Seu filho, Patrick de Paula e Silva Antunes, o Patricão, era membro dedicado da Fanfarra. No ano de 2012, com seu falecimento, Seu Pelé para homenageá-lo passou a fazer parte da Fanfarra e repete o gesto anualmente tocando o mesmo instrumento usado por seu filho. Chama a atenção também, um aspecto muito marcante da Fanfarra que foi o de incluir na comissão de frente os instrumentos denominados de surdões que por serem volumosos e pesados, sempre foram tocados por homens e hoje, são dominados por mulheres.
Os ensaios cansativos, realizados à noite, muitas vezes com frio, garoa e neblina, provocam calos nas mãos, mas não arrefecem a alegria dos componentes em manter o ritmo e realizar uma bela apresentação. Vale lembrar que os própriosmembros da Fanfarra realizam a manutenção dos instrumentos. Todo esforço é brindado com deliciosos lanches preparados com muito carinho por Márcio Silvério e suas ajudantes na calorosa cozinha do Colégio.
Atualmente, na gestão do Colégio Abílio Carneiro temos a professora Alexandra Dlugozs e como vice o Professor Hideraldo Bornhiati, que, seguindo o exemplo de seus antecessores, procuram manter a tradição da Fanfarra com galhardia, buscando a união, a captação de recursos e o apoio das gestões públicas municipais que prontamente colaboraram e seguem colaborando para o êxito da comemoração festiva do Dia da Independência nos Desfiles do dia 7 de Setembro. Que a persistência da Fanfarra nunca esmoreça! Vida longa à Fanfarra Abílio Carneiro!
E você, caro leitor, que lembranças traz consigo dos desfiles de 7 de Setembro de outrora?
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TINHORÃO, José Ramos. História social da música popular brasileira; 68 páginas; Editora 34; 2010.
Autora: Alice Kachuki
Professora Graduada em História e Pedagogia, que eventualmente aponta palavras em rabiscos textuais ....
Revisora: Denise Cristina Aziliero
Box-type muffle furnace is a commonly used high-temperature furnace, which is widely used in metal heating, sintering, annealing and other processes. cnc-horizontal-metal-band-sawing-machine-gz4265In order to ensure the accuracy and stability of the temperature in the furnace, it is very important to verify the box-type muffle furnace. This article will give a detailed introduction to the inspection records of box-type muffle furnaces.automatic-type-double-column-horizontal-metal-band-sawing-machine-gz4240 Furnace door sealing performance verification The sealing performance of the furnace door is one of the important factors for the box-type muffle furnace to maintain temperature stability. The verification record should include the following: 1. Check whether the furnace door seal is intact and whether there are problems such as aging and cracking;automatic-type-double-column-horizontal-metal-band-sawing-machine-gz4240-1-5-meters-servo ⒉. Make sure there is no obvious air leakage after the furnace door is closed; 3. Evaluate whether the sealing performance meets the requirements by observing whether there is obvious heat leakage around the furnace door.Alumina ceramic densely sintered
Linda homenagem, texto muito bem escrito e dotado de histórias verídicas, que nos faz voltar no tempo e recordar de vários momentos de pura alegria e amizade durante os inúmeros ensaios realizados ao longo desses 30 anos de existência da Fanfarra Abílio Carneiro. Se fosse resumir em uma palavra o que sinto agora, sem dúvida a palavra seria, Nostalgia!
Parabéns a todos os membros da fanfarra do colégio estadual Abílio Carneiro, excelente desempenho Deus abençoe a todos