"A vida seria muito mais agradável se alguém pudesse levar consigo, aonde quer que fosse, os sabores e cheiros da casa de sua mãe."
Esta frase está no romance da escritora mexicana Laura Esquivel. Intitulado “Como agua para chocolate” foi publicado em 1989 e também foi usado como base para o filme homônimo. Eis uma breve sinopse da obra: “É na cozinha que Tita, a protagonista, passa a maior parte do tempo. Sua vida está relacionada aos pratos que afetuosamente prepara. Este romance narra sua história desde o seu nascimento em um rancho no norte do México, com destaque para sua juventude, o amor por Pedro, e a missão de cuidar da dominadora Mãe Elena. O tempero combina a revolução mexicana no início do século XX com o realismo fantástico marcante na literatura latino-americana. Uma obra para ser apreciada em todos os sentidos.”
Tendo essa agradável leitura como inspiração aqui enaltecerei a alimentação, visto que o dileto ato se multiplica em interpretações onde elenco como seu ponto principal a nutrição do corpo. Porém, pode ser afeto quando colheradas sorvidas da sopinha quente proporcionam bem- estar ao doente acamado. É festiva quando sob palmas entoando o “parabéns pra você” são oferecidas fatias de bolo que geralmente comemoram a passagem dos anos, dos batizados, dos casamentos, das formaturas ou qualquer outra expressiva manifestação de conquista pessoal. É memória quando aguça os sentidos e remete a lembranças de pessoas, lugares ou emoções e saciedade quando é doada ao faminto.
No Brasil, a história social e cultural está intimamente ligada à culinária. “Os ingredientes, o modo de preparar os alimentos e os pratos que compõem a mesa dos brasileiros são muito mais que simples hábitos. A alimentação é também uma abordagem para conhecer e entender a cultura e história de nosso povo”.
No período da Pandemia COVID 19, devido ao isolamento social, muitos se dedicaram a alimentação, seja por acréscimo na renda econômica, por lazer ou simplesmente por aprendizado. Me incluo na aprendizagem, pois durante esse período pude praticar a magia de sovar uma massa, sem usar cilindro ou máquina e transformá-la no mais nobre e sagrado alimento: o pão.
Nossa cultura têm por hábito reunir pessoas ao redor da mesa. Amostra de civilidade é oferecer um cafezinho, um copo de água, um docinho. Aprendi a cozinhar de forma empírica, na curiosidade e na experiência do acerto e erro vou porcionando os ingredientes e temperos, finalizando com o que nomino de o “toque de Alice”, para garantir sabor e êxtase no Palato.
Quando criança, cursei a 5ª série do Ensino Fundamental no Colégio São Luís. Do prédio antigo de madeira, recordo da sensação gélida na penumbra do corredor que desembocava numa escadaria para acessar o piso superior. Na sala de aula, tinha predileção por tomar assento próxima a janela contemplando a área externa onde frondosos pinheiros americanos sombreavam o jardim. Esse educandário seria transferido para o atual Colégio João XXIII e perderia aquela magia da construção em madeira com o assoalho rangendo a cada passo. Na grade curricular daquela série pretérita havia a disciplina de Educação para o Lar, “a educação para o lar era ensinada nos colégios brasileiros com o intuito de ensinar mulheres e homens a cuidarem do lar. Porém, a disciplina era voltada principalmente às mulheres, então tidas como responsáveis pelas tarefas domésticas. O contexto social mudou, as mulheres ingressaram fortemente no mercado de trabalho e hoje, idealmente, dividem as tarefas do lar com o marido e família. A disciplina deixou o Currículo pois acabou não fazendo mais sentido de ser lecionada.”
Uma atividade avaliativa da disciplina de “Educação para o Lar” era a confecção de um caderno de receitas. Não tive muito sucesso nos cadernos, não demostrava interesse no auge dos meus 11 anos de idade, somente mais tarde fui me aventurar no apanhado de receitas colecionáveis e na prática dessas. Concepções e interesses alterados pela indelével ação do tempo, no presente, saber cozinhar é questão de sobrevivência, economia e saúde nutricional, não entrarei aqui no critério científico do processo industrial da engenharia alimentícia pois não sou preparada para tal, mas defendo a ideia de que comida de verdade é aquela feita com ingredientes frescos e naturais dentro das possibilidades de cada um.
Em minha casa, receita tradicional “de família” é um prato de origem polonesa, o Pierogi. Minha mãe aprendeu com minha avó paterna, já falecida. Tivemos pouca convivência e minha mãe, acredito que instintivamente e não deliberadamente, nos apresentou essa iguaria como uma forma de termos um referencial desta avó. “Pierogi era tradicionalmente uma comida do interior da Polônia, mas eventualmente se tornou popular em todas as classes sociais. O pierogi é bastante conhecido em regiões do Sul do Brasil colonizadas por imigrantes poloneses e ucranianos do oeste (rutênios), sobretudo no Paraná, onde pode ser encontrado na mesa dos milhares de descendentes de eslavos, em restaurantes típicos, e mesmo em barracas nas feiras de rua da capital - Curitiba.
A receita de minha família, consiste numa base de farinha, água e ovo donde se faz uma massa que será modelada em pequenos pasteis recheados com purê de batata e cozidos em água fervente, sendo servidos besuntados em manteiga e acompanhado de molho de carne, o recheio pode ser variado com ricota ou repolho em conserva de vinagre finamente picado. Em minha casa o purê de batata é o recheio preferido. Sempre foi feito por minha mãe, ousei fazer sozinha pela primeira vez recentemente como uma forma de preservar o costume introduzido por ela.
A alimentação, ou a falta dela, é presença importante no estudo das civilizações. Diante das diferenças culturais podemos ter reações de espanto, náusea, nojo ou prazer gustativo. Pode elucidar períodos sendo testemunha ocular de agruras passadas nas intempéries, nas pestes e nas guerras. Apoia análises de conjuntura social, cultural e econômica e inspira a literatura. E tu, caro leitor(a), tens um prato tradicional de família percorrendo gerações?
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Autora: Alice Kachuki
Professora Graduada em História e Pedagogia, que eventualmente aponta palavras em rabiscos textuais ....
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