Um novo ano começou e uma dúvida cruel surgiu: sobre que assunto escrever minha primeira crônica de 2022? Podia ser sobre a virada, sobre as férias, ou então, sobre a praia, também pensei em escrever sobre o aumento dos casos de Covid. Mas são assuntos corriqueiros, estamos acostumados a ler e ouvir sobre eles nesta época do ano.
Então, saí de minha casa e comecei a andar por aí, sem destino, apenas caminhando e observando, pois a vida de cronista é assim: feita de observação. Quando menos se espera, algo rende uma bela crônica. Uma cena, uma ação, uma informação qualquer, banal, que não serve para notícia de jornal, mas sim, para uma bela crônica de final de semana.
Andei e me sentei em um banco da praça e ali permaneci por algum tempo. Pessoas passaram, algumas me cumprimentaram, dessas, nem todas eu as conhecia. E isso me fez notar algo: muitas pessoas não saúdam apenas os conhecidos, mas a boa educação as faz cumprimentar a todos.
No tempo que permaneci sentado percebi que a máscara se tornou um objeto qualquer. Uns usam, outros não mais. Notei ainda que muitos motoristas param na faixa de pedestres, outros, fazem de conta que essa nem existe. E os passantes, coitados... devem esperar com cautela, para não serem atropelados. E para piorar, percebi que tem gente que faz de conta que as lixeiras são apenas enfeites, e dele sujeira nas calçadas.
Pois é, eu vi tanta coisa enquanto estive por ali sentado que pensei: não sou, e estou longe de ser, perfeito. Ninguém é, mas um mínimo de civilização e boa educação devemos ter. O ano mudou, e nossas atitudes ruins também precisam mudar.
Não vi uma cena única que daria uma boa crônica para o começo do ano, mas observei tanta coisa que daria crônica para o ano todo. Mais civilização, mais educação, mais amor e companheirismo. E viva 2022. Feliz para todos nós!
Rodrigo Antonio Toigo