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O acelerado envelhecimento da população brasileira representa uma ameaça de sobrecarga ao SUS

O envelhecimento da população no Brasil avança rapidamente, impactando a economia com a redução da força de trabalho, aumento das despesas com saúde e previdência, e desafios fiscais.


A proporção de pessoas com 60 anos ou mais quase dobrou de 2000 a 2023, e projeta-se que alcance 37,8% em 2070. A taxa de fecundidade caiu de 2,32 para 1,57 filhos por mulher no mesmo período, enquanto a expectativa de vida aumentou de 71,1 para 76,4 anos. Esse fenômeno não é exclusivo do Brasil, mas ocorre mais rapidamente do que em países desenvolvidos, como a França.


O envelhecimento da população no Brasil reduz a força de trabalho e pode afetar o dinamismo econômico. O economista Eduardo Giannetti prevê que o pico da população em idade ativa será em 2032, enquanto a pesquisadora Janaina Feijó destaca a menor entrada de jovens no mercado, prejudicando a produtividade e o crescimento.


Os idosos tendem a consumir e investir menos, o que pode desacelerar a economia, especialmente com a baixa taxa de poupança, que foi de 11,5% no quarto trimestre de 2023. Giannetti aponta que fatores culturais dificultam a formação de poupança, pois a cultura brasileira prioriza o desfrute imediato.


Feijó observa que o aumento da população idosa cria uma demanda por produtos e serviços especializados, e a falta de oferta pode gerar pressão inflacionária. Especialistas alertam para um futuro desafiador, com crescimento médio de 2,3% ao ano desde 1980, inferior à média global de 3,3%. A situação reforça a necessidade de políticas públicas que incentivem a oferta de serviços para idosos e um crescimento sustentável.


A inflação preocupa especialmente a população idosa, que depende mais de aposentadorias e pensões. “Elas geralmente têm reajustes fixos ou limitados que não acompanham a inflação”, destaca Janaina Feijó. “Isso leva à perda do poder de compra e dificulta a manutenção do padrão de vida.”


Grande parte dos idosos já enfrenta fragilidade econômica. O aumento dos preços torna mais difícil arcar com despesas essenciais, como alimentação, moradia e energia. A demanda por serviços de saúde e medicamentos cresce com o envelhecimento.


Nos 12 meses encerrados em fevereiro, os preços dos medicamentos para hospitais subiram 4,2%, segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para a healhtech Bionexo, especializada em soluções digitais para saúde. Para consumidores, a alta anualizada em março foi de 4,76%. O governo autorizou reajuste médio de 3,83% nos medicamentos a partir de abril, com altas maiores em produtos de alta concorrência.


Em 2023, as famílias brasileiras gastaram cerca de R$ 215,8 bilhões com medicamentos, um aumento de 9,5% em relação ao ano anterior, segundo a consultoria IPC Maps.


Os planos de saúde também pesam no orçamento dos idosos. “Ao atingir determinada idade, os reajustes são consideráveis, pressionando ainda mais o orçamento”, afirma Klouri. Desde outubro de 2022, a alta acumulada dos preços dos planos de saúde supera a inflação.


O envelhecimento da população pressiona os gastos públicos, especialmente em previdência e saúde, com reformas até agora consideradas paliativas.

  • O sistema previdenciário brasileiro ainda exige novos ajustes.

  • O aumento de microempreendedores individuais (MEIs) gera questionamentos sobre a viabilidade a longo prazo, pois suas contribuições são inferiores às dos trabalhadores celetistas.


Um estudo da Allianz aponta que o Brasil precisa de reformas significativas para garantir a sustentabilidade do sistema, enfrentando desafios como:

  • Sustentabilidade financeira

  • Baixa cobertura de contribuintes ativos

  • Fortalecimento dos ativos previdenciários


A dívida pública alcançou 76,2% do PIB, e a pressão sobre o sistema previdenciário cresce, especialmente com o aumento da expectativa de vida. Em 2022, havia 55,2 pessoas com 65 anos ou mais para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, um aumento significativo desde 2010.


Feijó destaca que um rearranjo fiscal é necessário, com ajustes nos gastos públicos e uma alocação maior para saúde e educação, para mitigar os efeitos do envelhecimento e aumentar a produtividade dos jovens. Investimentos em atenção primária e prevenção são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos idosos e reduzir custos futuros.




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