Estava tudo tranquilo em uma panificadora do centro de Clevelândia, até que chega um cliente, senta-se em uma das mesas e logo é atendido por um garçom, simpático e prestativo.
_ Boa tarde. Pois não?
_ Eu vou querer um café com torradas.
_ O senhor vai nos desculpar, mas hoje não temos torradas.
_ Ah, não tem torradas?
_ Não, segunda-feira não fazemos torradas.
_ Então... vou querer um café com bolacha.
_ Está bem, vou providenciar.
_ E algumas torradas.
_ Meu senhor, não temos torradas hoje.
_ Ah é, não tem torradas.
_ Isso.
_ Então, vou mudar meu pedido. Vocês têm suco de morango?
_ Temos.
_ É que está muito quente hoje. Eu adoro suco de morango com torradas, pode providenciar?
_ Meu senhor, eu já lhe disse que não tem torradas hoje. Nossa panificadora só faz torradas aos sábados e domingos.
_ Ah, que pena. E hoje é segunda-feira né.
_ Exato.
_ Não sobrou de ontem?
_ Não senhor, vendemos tudo ontem à tarde.
_ Que pena. Então, quero um suco de morango com um pedaço de bolo de chocolate.
_ Está bem, irei providenciar.
_ Ah, e traga uma torradinha para acompanhar.
_ Meu senhor, é a ultima vez que eu vou lhe falar – o garçom deixa sua simpatia de lado e fala:
_ Não temos torradas hoje, dá para entender?
_ Nossa, desculpa, está bem.
O garçom o serve com um copo de suco de morango e uma fatia de bolo de chocolate.
Ao terminar de servir, vai até a mesa ao lado, onde estava uma senhora, de mais ou menos uns setenta anos, satisfazendo-se com um sanduíche.
_ Mais alguma coisa para a senhora?
_ Sim meu filho, acabou de me dar uma vontade louca de comer torradas.
Neste dia, o garçom pediu férias para seu patrão e foi atendido.
Rodrigo Toigo