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Nilton Luiz Pacheco Loures

Nascido em Clevelândia-Pr, Ex professor universitário,
Advogado, gestor ambiental, pós graduado em Direito Processual Civil e Direito
Ambiental, escritor, compositor, e membro fundador da Academia de Cultura do Sudoeste do Paraná.

As ruas de Clevelândia

No cotidiano de nossa vida, convivemos diariamente com   personagens incógnitos de nome de rua. Afinal, utilizamos o nosso endereço, praticamente em todas as relações de comunicação escrita e seria interessante ter conhecimento de quem se trata estes “ilustres” desconhecidos de muitos. Em nossa cidade centenária, é possível perceber um pouco da sua história, pois a grande maioria das ruas tem nomes de personagens que foram importantes. Entretanto, muitas pessoas e principalmente da geração atual, não sabem o que a personalidade homenageada representou no contexto do município. Infelizmente pela internet, é raríssima qualquer  informação para eventual pesquisa, em razão da época remota que os personagens viveram, alguns no século passado. O nosso projeto surgiu depois de anos de pesquisas, entrevistas, e denso material fotográfico, obtidos com familiares que gentilmente nos cederam para digitalização. É um projeto que dá maior realce aos nomes de personagens antigos, daí a dificuldade de informações. Trata-se de uma simples referência, como fonte de pesquisa e informação. Não tem evidentemente nenhuma pretensão, que não seja resgatar através de pequenos textos, de uma maneira objetiva, a contribuição do homenageado para o desenvolvimento sociocultural da nossa terra.        

JOÃO CARLOS GREVETTI

João Carlos Grevetti, nascido na cidade de Alegrete-RS, veio para Clevelândia em 1.925 como enfermeiro das forças legalistas sob o comando  de Isidoro Dias Lopes. A missão era defender a soberania do município fazendo recuar os revolucionários que tinham no comando  Luiz Carlos Prestes, que ameaçavam invadir o município entrincheirados na localidade de São Francisco de Sales.  Após o violento encontro impetuoso e sangrento entre as forças antagônicas, que se deu às margens do Rio São Francisco de Sales, obtiveram êxito na empreitada e os revolucionários bateram em retirada. Algum tempo depois João Carlos retornou a Clevelândia onde se erradicou, casando posteriormente com Isaura de Arruda. O casal constituiu família e fixaram residência  na Av. Nossa Senhora da Luz,  onde atualmente esta o IASMC. 

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Residência da família

O Sr “Grevê” como era conhecido, se revelou  um homem  multifacetário. Era um homem inteligente, curioso, corajoso e determinado, com ânsia de aprender sempre alguma atividade. Dentre outras profissões, foi enfermeiro, carpinteiro, construtor, comerciante, e cartorário. Foi meu tio  Grevê quem deu o primeiro emprego ao meu pai como balconista numa loja de Secos e Molhados sediada numa sala alugada  do meu tio avô Antonio da Rocha Loures. No dia do casamento do meu pai em maio de 1948, brindou o casal com  um fogão artesanal de lata por ele fabricado,  que  instalou na casa do casal. O seu hobby predileto era pescaria. Um dos primeiros jipes Land Rover do município, foi Grevetti quem comprou. (foto) Também deu sua parcela de contribuição a comunidade no período de 1929/1930 quando se elegeu vereador. João Carlos Grevetti faleceu nesta cidade e aqui foi sepultado sendo homenageado com  nome de uma  rua  no Bairro Eapi.

João Carlos Grevetti

JOSÉ DE LIMA PACHECO

José de Lima Pacheco, veio da região de Guarapuava em lombo de mula, na expedição  do Coronel  Pedro Siqueira Cortes , tendo sido um dos  signatários do contrato em 28/04/1839 para a descoberta dos Campos de Palmas em 1.840, Casou posteriormente com Joaquina Mendes Pacheco, (minha trisavó)  nascida em Palmeira, em 02 de janeiro de 1819. Aos 18 anos de idade Joaquina Mendes Pacheco, acompanhava o marido revelando-se um casal de espírito forte, ao compartilhar os perigos que a arrojada façanha oferecia, inclusive na luta armada contra os índios Caigangues sob o comando dos caciques Viri e Condá, e damais bandidos forasteiros e bandidos na luta pela terra. Como recompensa desta expedição lhes coube como prêmio, a posse de vasta área de campos, legalizada em 1854 ( data da instauração da Província do Paraná). O casal foi um dos primeiros habitantes a morar em Clevelândia, e fundaram a Fazenda Santa Cruz do Rio Chopin. A posse do imóvel lhes foi  concedida pelo Governo do Estado do Paraná, em 1892 e atualmente é de  propriedade de Cezar Walmor Pacheco Daneluz, e considerada uma das mais antigas deste município. Joaquina era um mulher de estatura baixa, (1.49m) mas  de personalidade forte e destemida. O casal  José e Joaquina, tiveram oito filhos, José, Pedro, Manoel, Domingos (Assassinado e queimado pelos índios Caigangues, em 1.915, sepultado no Cemitério Municipal de Palmas) Antonio, Elias, Maria e Maria do Belém, 48 netos, 98 bisnetos e 11 tetranetos. Em sua homenagem o rio que passa próxima da fazenda é chamado  “Lajeado Joaquina” que possui uma linda cascata localizada na Fazenda “Paraíso das Águas”  de propriedade do Condomínio Loures (vídeo) antes de desaguar no rio Chopim. Dona Joaquina ficou viúva, e faleceu com 107 anos de idade,  em 19/12/1926 em sua fazenda, onde morou por mais de70 anos, sendo  sepultada no Cemitério Municipal de Clevelândia.  José de Lima Pacheco foi agraciado com nome de rua do município por ter sido um dos  desbravadores e pioneiros da região,  e pela importância do casal no desenvolvimento do município.

(Fonte: Alzir Demetrio Viecili- Clevelândia Nossa Terra, Nossa Gente, Rotta Gráfica e Editora Ltda)  Texto de Jorge Baleeiro de Lacerda/ complementado por Nilton L.P. Loures)

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Joaquina Mendes Pacheco

José de Lima Pacheco

FRANCISCO DE SÁ RIBAS

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Francisco de Sá Ribas, nasceu em Palmas no dia 03.07.1853. Iniciou suas atividades numa granja em Mangueirinha-Pr, tendo posteriormente residido por muitos anos na cidade Palmas, onde se casou, com Ester de Oliveira. Veio pra Clevelândia para assumir o Cartório de Valdevino Osório Aquino, -um dos primeiros cartorários do município-  exercendo inicialmente a função de tabelião no ano de 1.933. Meu pai trabalhou por muitos anos no cartório eleitoral desta cidade, e me contava uma curiosidade do escrivão  Valdevino, (cuja a caligrafia era invejável) que escrevia com orgulho de forma rimada, no final de suas anotações em documentos: “Eu, Valdevino Osório de Aquino, oficial interino, escrevo e assino, oficial interino”.  O cartório tinha sua sede numa velha casa de madeira na Av. Nossa Senhora da Luz, no local onde hoje se encontra construído o Edificio Arruda. Posteriormente o cartório foi transferido para o velho casarão de madeira, situado na esquina da Rua Cel.Pacheco com Dr.Francisco Beltrão, Segundo relato das suas filhas Ione e Esli que ainda residem naqule local, a casa foi construída pelo avô materno há bem mais de cem anos e ainda resiste ao tempo, como uma das construções  em madeira mais antigas do Sudoeste do Paraná. Indaguei sobre a possibilidade do município fazer o tombamento da construção e transformar a casa no “Museu  Francisco de Sá Ribas-  e de imediato obtive a recusa enquanto ali viverem. “Chico Ribas” como era conhecido por todos, era um homem de personalidade forte, correto, austero e determinado. Reunia-se com frequência com amigos, dentre eles Crescêncio Martins, Manoel Lustosa Martins, e Oscar Cardoso, e gostava de jogar pôquer. Foi presidente do antigo Clube Cassino Clevelandense, e um dos colaboradores para aquisição de Bônus para a Segunda Guerra Mundial. Pelos serviços prestados ao município, foi homenageado com nome de rua. Faleceu em 20.04.1959 e foi sepultado em Palmas, juntamente com sua esposa Ester.

(Fonte: Entrevista em 04/04/2019-  com suas filhas, Ione de Oliveira Ribas (90)  e Esli de Oliveira Ribas (92) Livro Nossa Terra, Nossa Gente- Alzir Demétrio Viecili- 2003) 

Chico Ribas

Dr.  FRANCISCO GUTIERREZ  BELTRÃO

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Francisco Gutierrez Beltrão, engenheiro civil nascido em 1875 em Paranaguá, era filho  primogênito de Francisco da Cunha Machado Beltrão (natural de Pernambuco) e de Rosa Branca Gutierrez Beltrão natural de Montevideo-Uruguai)  Viveu em Curitiba, e após a revolução de 1930, veio morar em Clevelândia e juntamente com seu irmão Alexandre. prestavam serviços de colonização ao Estado do Paraná, que lhes pagavam com terras, sendo assim, proprietários de fazendas. É o patrono da cidade, de Francisco Beltrão, a qual elaborou o projeto antes mesmo da criação do município. No Paraná foi Deputado Estadual, Secretário de Agricultura, Viação e Obras Públicas, Colonização e da Fazenda, Indústria e Comércio, foi professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Paraná. Venceu um concurso nacional de Cartografia. Como secretário de Agricultura, incentivou a plantação de trigo, certo da posição de destaque do Paraná como celeiro de trigo do Brasil. Foi fundador da empresa colonização “Sociedade Técnica e Colonizadora Engenheiro Beltrão”. Pelos relevantes serviços prestados ao Estado do Paraná e na cidade de Clevelândia, foi homenageado como nome de rua da antiga Rua das Tropas, através de autorização do executivo municipal em 20.05.1929.  Faleceu em 1939, vítima de complicações respiratórias, e seu  corpo foi transladado de trem para Curitiba., onde foi sepultado no Cemitério Municipal.

(Fonte: Resgate Histórico- Caderno Cultural Projeto Memória- Edição Especial Tania Maria Penso Ghedin- 2013) Foto cedida pela Família Ribas)

Dr. Fco Beltrão

Major DIOGO RIBEIRO

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O Major Diogo Ribeiro era casado com Maria Lustosa e proprietários da Fazenda Trindade, uma das mais antigas deste município. Pelo fato do casal não ter constituído prole, e ainda jovens, pediram a Gertrudes Pacheco, (irmã de Maria Lustosa) e esposa de Domingos Ferreira Pacheco, (construtor da velha casa de pedra que foi demolida) para que lhes desse o sobrinho, Atilio Lustosa Pacheco para criarem, tendo em vista que já possuíam muitos filhos. Se assim o fizessem, e Atilio nunca os abandonasse até o final da vida, receberia por doação a Fazenda Trindade.  Os pais biológicos concordaram, e Atilio permaneceu na Fazenda Trindade até a morte do casal que o criou, tendo conhecimento mais tarde que realmente a Fazenda havia sido inteiramente doada para ele através de doação documentada. Atilio posteriormente casou com Maria da Conceição Carneiro Pacheco, eram meu avós maternos, e tiveram muitos filhos, entre eles Maria de Lourdes Pacheco, Lenira Pacheco, Domingos Pacheco, Antonio Sansão Pacheco, Aracy Pacheco Loures, (minha mãe) e Neuza Daneluz Pacheco, todos já falecidos. Além de grande fazendeiro produtor de gado, foi vereador de Clevelândia no período de 1905/1908, e através de Projeto apresentado por João Pontes, foi homenageado para ser nome de rua em 16.09.1929.

(Fonte: Entrevistas da família)

Diogo Ribeiro

ANTONIO MARCELINO PONTES (MESTRINHO)

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Antonio Marcelino Pontes, mais conhecido como “Major Mestrinho” teve seu nome agraciado numa das principais ruas transversais de nossa cidade, bem como uma das principais escolas do município. Veio de São Paulo em 1.890, na companhia de “Jango Pontes” e de seu sobrinho Osório Pontes, que foi quem construiu em madeira um dos primeiros comércios de secos e molhados do município, no local onde se encontra estabelecido atualmente  o Restaurante Velho Casarão. Apesar de ser conhecido por todos, pelo apelido de “Mestrinho” segundo informações dos mais antigos, nunca foi professor. O apelido se deu porque Antonio Marcelino era considerado um conselheiro da pequena comunidade do povoado, sempre disposto a resolver os problemas, uma espécie de conciliador. Foi presidente da ata da primeira eleição municipal em 10.09.1892, quando a cidade de Clevelândia ainda se chama Villa de Bella Vista de Palmas. Teve importante participação no desenvolvimento da cidade, tendo sido vereador em dois mandatos, entre outras atividades. Através de projeto do vereador Abílio Carneiro em 18.06.1955 foi sugerido e aprovado o nome de Antonio Marcelino Pontes, para ser homenageado nome de um Grupo Escolar de Clevelândia.

(Fonte: Entrevistas com Zenon Arruda e Mozart Rocha Loures) Nossos agradecimentos a Diretoria da Escola Municipal  Antonio Marcelino Pontes.

Marcelino Pontes

Cel. MANOEL FERREIRA BELLO

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O “alferes” (posto militar equivalente a 2º Tenente) Manoel Ferreira Bello, foi um dos primeiros habitantes  a chegar na localidade denominada Campos de Palmas de Baixo- no ano de 1.865.  Ali havia um contingente da Guarda Nacional para a guarnição da fronteira durante a Guerra do Paraguai (1.865/1.870). Em 1.870 adquiriu de Antonio Farias Prestes e sua mulher, 300 (trezentos) alqueires e fez uma doação para ser aplicado na formação de uma “freguesia” (agrupamento de pessoas) transformando-se posteriormente num povoado. O Cel.Manoel Ferreira Bello, foi um bandeirante, desbravador do sertão brasileiro, e reconhecido como um dos personagens mais ilustres da nossa terra. É considerado o fundador de Clevelândia, por ser o doador do imóvel onde hoje se assenta a cidade..  (Livro n.02, fls. 35 v do Cartório do Tabelião Antonio Alexandre Vieira, de Palmas- 18/07/1.870)  Em 1.874, o Cel. Manoel F. Bello, e sua mulher, venderam a Fazenda Três Capões a Gertrudes Almeida Sá, passando a residir no núcleo, hoje Clevelândia. Os descendentes de Manoel Ferreira Bello, formaram uma numerosa família,  e grande parte ainda reside no município. Pelo seu gesto de grandeza, desapego e amor ao local onde vivia, foi agraciado com o nome,  em substituição a Rua do Comercio da então Vila Bella Vista de Palmas. Atualmente a Rua Cel .Manoel Ferreira Bello  tem como prolongamento a Rua Dr. Piragibe de Araújo.

(Fonte: Clevelândia- Nossa Terra, Nossa Gente, Alzir Demétrio Vieceli-2003-Wikipedia-Google)

Manoel F Bello

Major SANSÃO ANTONIO CARNEIRO

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O Major Sansão Antonio Carneiro, nasceu em 15.01.1856 e faleceu em 28/10/1.915, sendo sepultado no Cemitério Municipal desta cidade. Era casado com Maria do Belém Pacheco Carneiro, e tiveram muitos filhos, dentre eles, Maria da Luz Carneiro Pacheco, esposa de Manoel  Lustosa Martins, e Maria da Conceição Carneiro Pacheco  esposa de Atilio Lustosa Pacheco, dono da Fazenda Trindade, neste município. Teve participação importante no desenvolvimento do município. Participou da primeira eleição em 21.09.1.892, na então Villa de Bella Vista de Palmas, no edifício de sua propriedade, designado pelo presidente da intendência como mesário sob a direção de Antonio Marcelino Pontes (Mestrinho) Foi o ultimo prefeito de Bella Vista de Palmas, no período de 1.904 a 1.908. O camarista (antigo vereador) João Pontes apresentou Projeto no sentido de que as travessas Maciel Bormann, e Bello Club,  fossem denominadas de Major Sansão Carneiro. (16.09.1929) Sansão Carneiro também foi  homenageado com o nome do Museu Municipal instituído pela Fundação Grover Cleveland na década de 1.990.

(Fonte: Clevelândia- Nossa Terra, Nossa Gente, Alzir Demétrio Vieceli-2003, e Poder local, regional e redes políticas da família Anibelli, no Paraná (1944-2017) Juliano Gustavo Zimmer Alessandro Cavassin Alves)

Sansão Carneiro

Dr. PIRAGIBE DE ARAÚJO

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Piragibe de Araújo, foi um dos primeiros médicos do município de Clevelândia, tendo sido também deputado estadual e prefeito municipal no período de 1924/1925.  No seu mandato enfrentou com destemor a iminência da invasão do município pelas tropas revolucionárias comandadas por Luis Carlos Prestes.  O seu depoimento sobre aquele momento, merece relevo na história, quando assim relatou:   “......o longo período anormal de repressão à revolta paulista, que até aqui se extendeu com todo o seu funesto cortejo de misérias e horrores numa sanguinolenta guerra de irmãos, transformando o município numa verdadeira praça de guerra de guerra....região conflagrada invadida pelas forças aguerridas do Capitão Prestes, comandante das tropas sediciosas, Clevelândia como ponto estratégico, de real importância, ocupou papel saliente na repressão deste movimento de rebelião. E tanto assim foi que, ao ter exato conhecimento da concentração dos rebeldes nas fronteiras deste município com a Argentina, e seguro de que os mesmos marchavam em direção a esta Villa, scientifiquei do ocorrido às altas autoridades do Estado. ...o commercio, a lavoura, a indústria pastoril, ressentiram-se com a alarmante notícia da invasão revolucionária.  Piragibe de Araúlo na qualidade de prefeito da época foi o Comandante do Batalhão de Voluntários Republicanos Clevelandenses, composto por cidadãos civis com a finalidade de proteger a região. O camarista Francisco Kastner apresentou o Projeto 92 pelo qual ficou denominado de Rua Piragibe de Araújo a rua do Comércio, sendo atualmente prolongamento da Rua Cel.Manoel Ferreira Bello.

(Fonte: (Almanach dos municípios/ publicado em 1926 -  Clevelândia- Nossa Terra, Nossa Gente, Alzir Demétrio Vieceli-2003- Um rio por testemunha-  O combate do Rio São Francisco de Sales (Guibarra Loureiro de Andrade e Nilton Luiz Pacheco Loures- Editora Imprepel – Edição esgotada- 2014)

Piragibe

JOSÉ JULIO CLETO DA SILVA  (TABELIÃO CLETO)

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José Júlio Cleto da Silva, nasceu em Paranaguá-Pr no dia 23/01/1880, foi jornalista e colaborou em vários jornais do Estado. Dirigiu o semanário “Missões” editado em União da Vitória, durante a movimentada questão de limites entre o Paraná e Santa Catarina. Foi prefeito municipal de Clevelândia com mandato de 1908 a 1910, mas não chegou a cumprir todo o período, tendo renunciado em 14.10.1909 por motivos particulares. Era  também tabelião e Oficial do Registro de Imóveis que exerceu por 44 anos. Eleito deputado estadual, além prestar serviços na Colonia de Chopim, durante um período de instabilidade no país. Escreveu trabalhos literários e históricos, tais como: “Campos e Selvas” “O Contestado diante das Carabinas”, Apontamento Históricos sobre União da Vitória.  Para perpetuar o nome de Grower Cleveland, ex presidente americano e árbitro que julgou favorável ao Brasil, a questão de limites com a Argentina, o Dr Victor Ferreira do Amaral, paranaense da Lapa, jornalista, médico, professor de francês, e político  sugeriu que a então Villa de Bella Vista de Palmas, povoação mais central do território das Missões, se denominasse CLEVELÂNDIA. A homenagem teve o consentimento de José Júlio Cleto da Silva, então prefeito de Clevelândia. Pelos relevantes serviços prestados ao Paraná e a Clevelândia, foi homenageado com nome de rua, ressaltando a sua principal atividade. TABELIÃO CLETO. Faleceu no dia 04/08/1953, em União da Vitória.

(Fontes: Clevelândia- Nossa Terra, Nossa Gente, Alzir Demétrio Vieceli-https://curitibaspace.com.br/quem-foi-victor-ferreira-do-amaral/

Tabelião

MARECHAL BORMAHNN

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José Bernardino Bormann, filho de pai alemão, Guilherme Bormann, e de mãe gaúcha, nascido em 04/04/1844, natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, foi um dos militares mais conhecidos e aclamados no Paraná. Bormann era veterano da Guerra do Paraguai, que lhe rendeu uma medalha humanitária de 1ª classe, do Imperador D. Pedro II, destinada aqueles que, em vantagem da vida alheia não recuam. Em 1861, aos 17 anos, ingressou na Escola Militar da província do Rio Grande do Sul, nos cursos de cavalaria e infantaria, e posteriormente seguiu para a Escola Central do Exército, no Rio de Janeiro” (XAVIER, 1944, p. 7-8). Nos fragmentos de jornais do Brasil trazidos pelo centenário, é visto como exemplo e uma lição aos que querem vencer na vida militarmente. Foi sempre muito elogiado, tanto devido às batalhas que presenciou como pelo viés “humanitário” que é citado, devido à preocupação com a literatura e a música. Quatro meses após o início das explorações, em 14 de março de 1882 foi definitivamente escolhida para a sede ou núcleo da Colônia a campina do Xanxerê, localizando-se à margem esquerda do rio Chapecó, em território não litigioso com a Confederação Argentina. Ficava ao sudoeste da vila de Palmas e tinha uma distância de em média 82 quilômetros, e a 60 quilômetros da Boa Vista, pequeno povoado ao ocidente de Palmas, atualmente a cidade de Clevelândia. O Marechal Bormann foi homenageado com o nome da antiga Praça do município que posteriormente passou a se chamar Praça João Pessoa, no local onde por muito tempo abrigou o Mercado Municipal. (Atualmente a Rodoviária) Teve o seu nome agraciado com nome de rua conforme Lei Municipal 276/57. Faleceu no Rio de Janeiro, em 1° de junho de 1919, com 75 anos.

(Fonte: Biografia: História biográfica da república no Paraná, de David Carneiro e Túlio Vargas, 1994. Clevelândia- Nossa Terra, Nossa Gente, Alzir Demétrio Vieceli)

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ATILIO LUSTOSA PACHECO

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Atilio Lustosa Pacheco, era clevelandense, fazendeiro, casado com Maria da Conceição Carneiro Pacheco, -meus avós maternos- falecido em junho de 1962. Tive a oportunidade de escrever o seu momento final, adaptado do relato da minha saudosa mãe (Aracy) que estava presente no doloroso instante.  Peço permissão para compartilhar com todos. Naquela tarde fria Atilio estava recostado sobre os travesseiros da cama, já fragilizado pelo câncer generalizado que vulnerava os seus órgãos vitais. O experiente fazendeiro sabia que a luta contra a doença estava chegando ao fim. Fez tudo o que podia para combate-la;  buscou na capital todos os recursos que a medicina disponibilizava, mas infelizmente o seu tempo cronológico de vida estava encerrando. Atilio chamou sua filha Maria de Lourdes e pediu para que a esposa Maria da Conceição e todos os seus filhos, netos, noras e genros se aproximassem do leito, pois era chegado o momento de efetuar a partilha dos seus bens materiais. Já havia traçado anteriormente a divisão das Fazendas Trindade e Santa Cruz, da maneira que entendia justa e equânime. Após anunciar os quinhões para cada um dos herdeiros, Atilio começou a fazer a doação de suas coisas pessoais: relógio de bolso, corrente, botas, arreio, cinto, roupas, pijama, etc ...e por último o seu “surrado” chapéu de barbicacho que sempre o acompanhou nas lidas campeiras. Não havia mais nada a repartir ! Com a paz que é própria somente daqueles que tem a consciência tranquila, olhou em volta em direção a todos, e com a voz trêmula murmurou: “ Agora chegou a hora ! já estou pronto para ir embora, vou morrer do jeito que nasci, SEM NADA !!!  Respirou profundamente e partiu ! Não somos donos de nada, apenas usufrutuários temporariamente. É esta lição que engrandece a figura do meu querido e saudoso avô Atilio. Teve participação ativa na pecuária e economia do município, sendo homenageado com nome de rua, no Bairro Vila Operária nesta cidade.   

Atilio

JOSÉ CANDIDO MAYER

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José Candido Mayer nasceu em 02.09.1897 em Cruz Alta-RS, e era o terceiro filho, dos treze que teve o casal Frutuoso Candido Mayer e Francisca Silveira Mayer. José Candido foi criado por seu avô, o Capitão José Cândido Mayer, e era bisneto de Joahann Mayer oriundo do Estado de Hesssen na Alemanha.  Com 23 anos foi capataz na Fazenda de João Amado, em Palmeira das Missões-RS, tendo sido acusado por Chimangos (Alcunha dada no Rio Grande do Sul aos partidários do governo na revolução de 1923- o termo vem de uma ave de rapina muito comum na campanha riograndense, parecida com o carcará, da região nordeste e sudeste do Brasil, eram identificados por lenços brancos no pescoço) de estar “maragateando” (seguindo as opiniões do grupo opositor aos partidários dos Maragatos ( nome dado aos sulistas que iniciaram a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul em 1893, em protesto a política exercida pelo governo federal representada na província por Julio de Castilhos. identificados por um lenço vermelho no pescoço)  Com a vida em perigo, saiu da terra do festejado Erico Veríssimo e rumou para o Paraná, mais precisamente para a cidade de  Clevelândia, recomendado por Manoel Lustosa Martins. Mais tarde se tornaram grandes amigos e compadres.  “Jucão” assim carinhosamente conhecido por todos,  era um homem forte, austero e destemido, foi tropeiro, era exímio cavaleiro e pealador ( arremessar o laço e prender o animal pelas patas dianteiras) Após algum tempo de sua chegada nesta terra, foi nomeado Delegado Federal, casou-se posteriormente com Altiva Andrade, constituindo uma numerosa família. Por equívoco do cartório de registro civil, os filhos do casal foram registrados com o sobrenome “Maia”  e não “Mayer”  permanecendo o erro pela gerações que se sucedem. 

O Sr Jucão teve participação ativa na sociedade clevelandense,  bem como seus filhos,  aqui faleceu e foi sepultado nesta terra que adotou como sua e de sua família desabrochando novas gerações  que ainda permanecem nesta terra . Foi homenageado como nome de rua no Bairro Eapi, nesta cidade. 

(Fonte: Informações de Claudio R.Maia- seu neto e Wikipedia)   

Mayer
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